Como evitar que cães e gatos destruam móveis e objetos da casa
Cães e gatos são companheiros leais, carinhosos e trazem muita alegria ao lar. Mas para muitos tutores, a convivência com esses animais também envolve o desafio de proteger os móveis, cortinas, almofadas, plantas e objetos da casa contra mordidas, arranhões ou destruição. Seja aquele sofá roído pelos filhotes, as cadeiras arranhadas por gatos ou brinquedos e roupas “sequestradas” pelos pets, esse tipo de comportamento é comum, especialmente quando eles estão entediados ou com energia acumulada.
A boa notícia é que não se trata de um problema sem solução. Destruir objetos não é “maldade” nem “vingança”, mas sim uma forma que o animal encontrou de extravasar emoções, aliviar desconfortos ou simplesmente se divertir. Com estratégias adequadas, é possível corrigir esse comportamento e transformar a casa em um ambiente harmonioso tanto para humanos quanto para pets.
Neste artigo, vamos entender por que cães e gatos têm esse impulso destrutivo, o que está por trás desse comportamento e, principalmente, como preveni-lo com medidas práticas, respeitosas e eficazes.
Por que os pets destroem coisas?
O comportamento destrutivo é uma forma de comunicação. Cães e gatos não falam, mas expressam desconfortos, tédio, estresse ou necessidades não atendidas por meio de ações físicas. Antes de corrigir, é preciso compreender o que está motivando esse comportamento.
Entre os principais motivos estão:
- Tédio e falta de estímulo: animais que passam o dia sem atividades, especialmente os que vivem dentro de casa, precisam encontrar formas de gastar energia. Roer ou arranhar pode ser uma saída natural.
- Ansiedade de separação: quando o tutor sai, o pet pode se sentir inseguro e ansioso, recorrendo a comportamentos destrutivos para lidar com a ausência.
- Fase de crescimento: filhotes de cães, principalmente, passam pela fase de troca de dentes, e têm a necessidade fisiológica de morder. Gatos jovens também testam os limites do espaço arranhando tudo ao redor.
- Marcação territorial (no caso dos gatos): arranhar móveis pode ser uma forma de marcar território, tanto visual quanto olfativamente, já que eles têm glândulas nas patas.
- Falta de limites claros: se o pet não entende que aquele objeto não pode ser mexido, vai seguir explorando sem saber que está “errado”.
Estratégias para evitar destruição de móveis por cães
Para os cães, o principal foco costuma ser objetos roídos: pés de cadeira, rodapés, almofadas, roupas e brinquedos humanos. Veja o que pode ser feito:
1. Estímulo físico diário:
Um cachorro entediado é um cachorro destrutivo. Passeios regulares, jogos de buscar, circuitos dentro de casa e brincadeiras com o tutor ajudam a gastar energia acumulada.
2. Estímulo mental:
Brinquedos interativos, como os recheáveis (tipo Kong), desafios com petiscos escondidos e treinamentos com reforço positivo ajudam o cão a se concentrar, se acalmar e se ocupar.
3. Supervisão e redirecionamento:
Quando o pet tenta roer um móvel, interrompa com um som leve (como “psiu” ou bater palmas suavemente) e ofereça um brinquedo adequado no lugar. Isso ajuda a ensinar o que pode e o que não pode.
4. Reforço positivo:
Sempre que o pet interagir com seus brinquedos e não com os móveis, elogie e recompense. Isso reforça o comportamento desejado.
5. Ambientes controlados:
Se o cão ainda está aprendendo, limitar o acesso a determinados cômodos quando estiver sozinho ajuda a evitar estragos. Use portões ou cercadinhos de forma segura.
6. Produtos repelentes para móveis:
Existem sprays com aroma desagradável (mas inofensivo) para cães, que podem ser aplicados nos móveis. Isso desestimula mordidas e ajuda na transição.
Estratégias para evitar arranhões de gatos em móveis
Os gatos têm o instinto natural de arranhar. Eles fazem isso para afiar as garras, se alongar, marcar território e liberar estresse. Por isso, proibir completamente esse comportamento não funciona. A solução está em redirecionar.
1. Arranhadores estratégicos:
Tenha mais de um arranhador em casa, com diferentes alturas, materiais e formatos. Posicione um arranhador perto de cada lugar que o gato costuma arranhar (como o sofá). Gatos preferem arranhadores verticais e firmes.
2. Atratividade e recompensa:
Use catnip (erva-do-gato) para atrair o felino ao arranhador. Quando ele usar o acessório, recompense com carinho ou petisco.
3. Cobrir temporariamente móveis vulneráveis:
Enquanto o gato aprende, você pode cobrir partes do sofá com mantas ou fitas dupla face própria para pets, que são desconfortáveis ao toque. Isso desencoraja o uso.
4. Enriquecimento ambiental:
Gatos que vivem dentro de casa precisam de estímulos: prateleiras, túneis, brinquedos e varinhas interativas ajudam a gastar energia e reduzem o comportamento destrutivo.
5. Corte regular das garras:
Unhas muito grandes facilitam estragos. O corte regular, feito com cuidado (ou por um profissional), reduz o impacto dos arranhões e o incômodo para o animal.
Atenção à ansiedade e ao ambiente emocional
Muitos comportamentos destrutivos estão ligados à ansiedade de separação, especialmente nos cães. Quando o tutor sai, o pet fica agitado, late, morde objetos e tenta chamar atenção. Nesses casos, as medidas acima precisam ser associadas a um treinamento específico de dessensibilização à ausência do tutor.
Evite despedidas dramáticas ou reencontros excessivamente intensos. Ensine o cão a ficar sozinho por períodos curtos e vá aumentando com o tempo, sempre reforçando quando ele se mantém calmo.
Também é importante avaliar o ambiente familiar: gritos, rotina desorganizada, punições físicas ou falta de previsibilidade podem aumentar o estresse do pet e levar à destruição.
Não puna, eduque com empatia
A tentação de brigar com o pet após um “desastre” em casa é grande. Mas a punição, além de ineficaz, pode causar medo e piorar o comportamento.
Se você encontra algo destruído horas depois, o pet já não associa o ato ao castigo. Ele apenas percebe sua raiva e passa a temer sua presença. O caminho mais eficaz é a prevenção, o redirecionamento e o reforço positivo.
No momento em que ele estiver destruindo algo, chame a atenção com calma e direcione para o brinquedo correto. Reforce sempre que ele se comportar bem. Isso ensina o que ele deve fazer, em vez de apenas mostrar o que não pode.
Em casos persistentes, busque ajuda profissional
Se todas as estratégias forem aplicadas e, mesmo assim, o pet continua destruindo a casa de forma intensa, vale a pena buscar um adestrador com abordagem positiva ou um veterinário comportamentalista. Em alguns casos, o comportamento destrutivo pode estar ligado a problemas emocionais ou neurológicos.